segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Dia 18 - Algum lugar entre Epuyen e El Hoyo - El Bolson (30km)


Hoje é um dia para esquecer... por enquanto a viagem acabou...

Como o João teria que procurar um mecânico logo cedo, aproveitamos para dormir até mais
tarde e recuperar o sono perdido. Marcamos de nos encontrar num mecânico em El Bolson as
10h30, logo, acordamos só as 09h20, uma beleza.

O sítio é tão gostoso que dormi que nem uma pedra, nem escutei o João saindo de manhã. Galo
cantanto (acho que demorei para escutar, pois dizem que eles cantam as 05h da manhã, acho
que o coitado já estava rouco... :) ), levantamos, arrumamos as moskitas e partimos. A
moskita sofreu para dar partida, como já estava acontecento há alguns dias, mas firmou
cadência e saímos do sítio.

Uns 500mts de pista e percebi que a moto não andava em quinta. Reduzi e ela firmou, mas
logo começou a ter dificuldades de andar em quarta também. Fiz sinal de negativo pro Lucas
mas tentei seguir viagem, pois estávamos pertinho de El Bolson e aproveitaria o mecânico em
que o João estava para verificar o que acontecia com a minha.

Não deu, numa subidinha, percebi que estava forçando e decidi parar. A moto não pegou
mais... Na hora me passou na cabeça os relatos do Serjão (ushuaia2010.blogspot.com), que
teve problemas com as válvulas.

Como o motor estava muito quente, resolvi nem forçar mais. Como faltavam 11km para a
cidade, pedi para o Lucas rebocar a moto. Fizemos uma trança com os eláticos, para aumentar
a resitência, e seguimos, a quarentinha, para a cidade. No primeiro posto que paramos,
perguntamos pelo mecânico em que o João estava.

Um dos funcionários já passou a mão no celular e chamou um mecânico, não era o mesmo, mas
fazer o quê né, o cara parecia entender do assunto. Na hora já diagnosticou que a causa
mais provável seriam as vávulas e perguntou se queria que abrisse para verificar. Como
estávamos longe da outra oficina e ele era amigo do pessoal de uma loja de pneus do posto,
ele abriria ali mesmo, num box.

Putz, eu não saiba, mas para chegar até as válvulas desmonta-se a moto inteira, ficou só o
esqueleto da coitada. Dito e feito, ele fez um teste com luzes e disse que a válvula estava
"cerrada", teria que calça-la para seguir viagem, já que não tem essa válvula por aqui.

Deixamos a mosquita para conserto (nisso o João já tinha chegado no posto, pois o Lucas
havia saído para avisá-lo) e decidimos procurar um hotel e conhecer a cidade, que parece
ser bem bonitinha. Hotel encontrado, fomos conhecer o mirante e a pedra Cabeça do Índio,
alguns dos pontos turísticos da cidade. No caminho, a moto do Lucas começou a fazer um
barulho estranho e já pensamos IHHH, ferrou, mais uma mosquita abatida.

Passamos direto pela cachoeira que havia na estrada e seguimos direto para a oficina
mecânica onde o João havia feito o serviço. Juan, o mecânico, logo nos tranquilizou, era
somente a "cardena", ou corrente, que estava totalmente frouxa. Culpa do rípio :)

Moto do Lucas ajustada, seguimos para o meu mecânico. Ainda desmontada e um parecer
sombrio. Ele já havia feito o ajuste da válvula, havia luz, mas mesmo assim não tinha
compressão. Teria que abrir o motor e ver o que se passava e sacar as válvulas. Existia a
possibilidade de não ter como seguir viagem...

Como não havia o que fazer, fomos para o hotel tomar um banho e saímos para jantar. Logo
após a janta, passamos no mecânico, que estava trabalhando até agora e chegamos a um
veredicto final. Uma válvula queimada, totalmente carbonizada. Gelei, pois não tinha
trazido válvulas de reposição e aqui não existe essa moto ainda.

Mas o super Maurício já tinha dado um jeito: pegou uma válvula de outra moto, levou para o
torno e ajustou... espero que fique boa :), o importante é conseguir chegar no Brasil né?

Como ele já estava cansado, perguntou se podia passar para pegar a moto amanhã, pois
faltava montar ela inteirinha. Lógico que sim, para quem não sabia se sairia daqui com a
moto andando, um dia a mais um dia a menos não faz diferença nenhuma, ainda mais que o cara
passou o dia inteirinho em cima da minha moto... estou com medo do preço amanhã.

Para finalizar o dia e mais tranquilo, estamos num café super legal, tomando um pretinho e
postando as notícias. Agora sim, estamos em dia com o Blog. Espero amanhã pegar a motoca as
10h00 e seguir viagem para Bariloche. No fim do dia devemos cruzar para Osorno.

Resultados da viagem até aqui:

Média da XRE na pista, carregada, sem vento, a 110km/h: 26~28km/l
Na pista, mesmas condições, porém com muito, bota muito, vento: 22km/l
Com vento a favor: 32,8km/l

Sobre a moto: vou vender assim que chegar no Brasil. É fantástica, tem uma ciclística muito
boa, confortável, forte, porém não é confiável. Muitos amigos XRE tiveram problema com ela
e, como bem dito no blog do Serjão, não "guenta o tranco". É inconcebível uma moto, HONDA,
que não consiga andar 15.000km. Só serve para cidade então??? E esse negócio de ter que
abrir e regular as válvulas a cada 4.000km??? Ponto negativo, pelo menos pra mim, para a
XRE.

Pneus: Pirelli MT-90: decepção total. Estamos agora com 9.000km e ele está totalmente
slick. Não chega nem no Brasil, os gomos sumiram totalmente. O João, da Tenéré, está com um
pneu sem marca, que ele comprou diretamente na Yamaha, que está com estado de novo.
Detalhe, ambos estamos carregados, a única diferença é que o João está com 30libras e nós
com 29 no traseiro. O do Lucas gastou mais ainda, uma porcaria. Minha próxima moto, vou de
Michelin ou Mitas, com certeza.

Mosquita sem as asas... toda desmontada

Mirante


Praça central de El Bolson. Reparem o sol brilhando as 21h nas montanhas.

A peça que quase acabou com minha viagem: la valvula
Visual da cidade

Mirante

Lucas, querendo cair.
Pedra do indío

Lucas, a 40km/h, a motoca quase desmontando no rípio.

2 comentários:

  1. huahuahua..... até que foram bem..... da próxima vez, sugiro a Yamaha..... e eu vou junto, pra ver se não estão fazendo nada de errado. Boa viagem...

    ResponderExcluir
  2. Sobre a moto: ande no limite de 6000 giros no maximo senão vc nem chega aqui esta moto e muito ruim (malfeita), estou tentando vender a minha faz tempo.
    Sobre o pneu: MT90 e um pouco mais macio sim pra quem anda forte ele pode acabar precocemente como outro qualquer (os donos de falcom com peso leve quem o diga), eu não conheço sua tocada mais os que estão na minha motoca esta chegando aos 15k e vai mais uns 5 com certeza. Agora estou andando de xre so aqui na cidade pra fazer os corres enquanto não vendo ela.

    ResponderExcluir