domingo, 4 de março de 2012

Dia 30: São Lourenço do Sul - Porto Alegre - Campinas - Casa

Último dia dessa maravilhosa viagem !!!
Última troca de roupa limpa se não teríamos que lavar roupa de novo... quer dizer, as calças jeans a gente já tinha usado antes, mas jeans é jeans né... hahaha

Às oito horas estávamos prontos pro café da manhã e lá fomos nós.
Depois, de barriga cheia, nos restou finalizar a arrumação das malas (entenda por arrumação, pegar tudo o que estava fora e jogar pra dentro das malas... hehe). Nessa hora eu estava pensando que deveria ter deixado mais coisas com meu tio Sérgio, porque os alforges laterais da moto realmente foram feitos pra se usar em moto e não para se transportar na mão.

Na noite anterior já havíamos deixado combinado com o taxista que nos levou ao restaurante pra nos pegar no chalé e levar pra rodoviária e no horário combinado (8h45) ele apareceu por lá. Dez minutos depois estávamos na rodoviária comprando nossas passagens para Porto Alegre e às 9h30 o busão partiu.

Pra quem me conhece, nem preciso dizer o que eu fiz né. Pra mim, ônibus = sonífero.
Dormi praticamente a viagem toda até Porto Alegre. O Leandro parece que dormiu um pouco, mas é difícil eu poder afirmar devido ao meu estado naquele momento...

Pontualmente o ônibus chegou na rodoviária de Porto Alegre, às 12h30. Bora pegar um táxi até o aeroporto.
O tiozinho do táxi acho que não estava muito acostumado a levar passageiro pro aeroporto, pois nos deixou no terminal errado e o correto era um pouco longe pra ir a pé. Assim como em outros aeroportos que têm terminais distintos, esse tinha um ônibus gratuito entre os terminais, o que resolveu nosso problema.
Pelo menos agora o Leandro tinha onde se apoiar: o carrinho de carregar bagagem hehe.

Um pouco de espera nos bancos super confortáveis que todo aeroporto tem né... e lá pelas 15h o avião partiu. Chegando em Campinas, a Mônica (esposa do Leandro) já nos esperava com o carro. Como eles passariam primeiro em Salto, na casa dos pais do Leandro, eu decidi pegar o ônibus da Azul até Sorocaba, pois não via a hora de chegar em casa.

Na casa dos meus tios, meus outros primos, irmãos do Leandro o esperavam e por lá ficaram contando os causos da viagem.

Em Sorocaba, minha gata me esperava assim que desci do ônibus (ôô saudade que eu tava...) e fomos pra casa, onde nos reunimos eu, meus pais e meus irmãos e cunhada, para saborear uma deliciosa lasanha da mama e contar um pouco dos causos da viagem.

Como muita gente diz: viajar é maravilhoso, mas chegar em casa também. Nada como dormir na sua cama, usar o seu banheiro...

Agora, nos resta pensar e nos preparar para a próxima aventura, que precisamos definir o que e quando será!!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Dia 29: São Lourenço do Sul (0 Km)

Como combinado, o Leandro acordou cedinho (antes das 6) pra ver se o pé estava em condições de seguir viagem. Sem chance! Ele disse que não dava pra ficar com o pé dentro da bota e muito menos apoiar no chão.
Lá pelas 8 ele me acordou pra tomar café e lá fomos nós, o Le pulando que nem um saci.

De volta pro chalé, toca tentarmos um resgate pras mosquitonas pra que pudéssemos despachá-las e depois voltar de avião pra casa.
Liga pra um, liga pra outro, acertamos com o tio Sérgio que mora em Bagé (uns 250 Km de São Lourenço) e tem uma Sprint, pra vir buscar as motocas e depois levar pra Sorocaba no carnaval, já que ele estava programando ir pra lá nessa data.

Depois de acertado o que fazer com as motos, eu sai dar uma volta pela orla da lagoa enquanto o Le ficou de molho em casa com o pé pra cima, só assistindo à TV e na internet. Ainda bem que já tínhamos aproveitado quase as férias todas.

No começo da tarde o tio Sérgio apareceu junto com o tio Isaque e nosso primo André, que também estava todo estropiado porque um carro havia atropelado ele no dia anterior. Antes de qualquer coisa, bora almoçar, porque saco vazio não para em pé, né?
Fomos de novo ao restaurante Tropicális; gostamos tanto de lá que nem procuramos outro desde que chegamos em São Lourenço.

Em seguida, hora de colocar as motocas no furgão e despedir-se delas. Meu, como a Sprint é grande! Couberam as duas motos e ainda sobrou uma fileira de bancos na parte de trás. Aproveitamos pra despachar um monte de coisas pelo tio Sérgio e que só seriam usadas em uma viagem de moto.

Agora, a pé, hora de providenciar nossas passagens de avião. Só conseguimos comprar pro dia seguinte, pois ainda teríamos que ir de ônibus até Porto Alegre e isso leva umas 3 horas.
Passagens compradas, o Le volta a ficar na frente da TV e do PC e eu vou dar um mergulho na lagoa.
Abrindo parênteses, definitivamente preciso voltar pras minhas aulas de natação, pois decidi dar umas braçadas e percebi que esto totalmente sem condicionamento físico.

De noite, fomos comer aonde mesmo? Tropicális, óbvio.Fomos de táxi e na volta o dono do restaurante nos deu uma carona pro chalé. Gente finíssima.

Mesmo tendo que acordar cedo no dia seguinte, como não teríamos que ficar o dia todo pilotando, ainda assistimos um filme que tava passando. Um tal de Dogma, que serviu pra dar umas risadas....




Eu, André, tio Isaque, tio Sérgio e Leandro

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dia 28 - São Lourenço do Sul (poucos quilômetros)


08h00 da manhã já estávamos de pé, tomando café, e que café. Deu de dez a zero em todos. Na
Argentina servem somente "meia luna"com café, aqui: pão, frios, frutas, sucos, café, leite,
bolos, bolachas e chá. É legal conhecer outros lugares, mas como o Brasil é bom não?

Café tomado, saímos em busca da escola de Kitesurf. Encontramos o Kadinho, professor de
windsurf, cara muito gente boa. Fez contato com o pessoal do kite mas estavam todos em
Floripa. Hoje é feriado aqui.

Para não perder a viagem, bora de windsurf então. Pensamos que era uma facada maaaassss,
estamos no Rio Grande do Sul, não em São Paulo, lembram? R$50,00 a aula (para os dois) e
mais R$ 50,00 para passar o dia, isso mesmo, o dia inteirinho com o equipamento, total de
R$100,00, tudo.

Rapidinho fechamos e água. A Lagoa dos Patos é fantástica. Nessa época do ano o mar invade
a lagoa, deixando a água salgada e começa a temporada dos camarões, que entram para a
desova. Bem, eu não achei a água salgada mas a explicação foi que começou agora, hoje,
então demora um pouquinho para sentir a água salgada.

Aula dada, lição aprendida, hora de mostrar na prática. Na primeira, tanto eu quanto o
Lucas já saimos velejando, o Kadinho ficou surpreso. Acho que a gente gosta tanto de coisas
diferentes que a gente aprende rapidinho, apesar de o Lucas já ser praticante de Snowboard.

Ele ficou um tempinho na água, para ter certeza que não nos mataríamos e, como o vento
estava tranquilo e ninguém tinha se matado ainda, nos deixou a vontade e saiu para almoçar.
Foi a maior curtição, ficamos até as 14h na água, saímos só para almoçar (almoço excelente
no Tropicális = 35 reais por pessoa).

Almoço no Tropicális, siesta de uma horinha e huhuuu, wind de novo. Na parte da tarde o
vento estava bem mais forte e, para ajudar, o Kadinho trocou a vela (tipo nível dois) e nos
mandou para a água. Sinceramente, tombo após tombo, cansei e desisti, deixei para o Lucas.
Hahaha, foi bom ver que não era só eu. Quando ele cansou, voltei pra prancha, observando o
que os outros caras faziam, a hora que pegamos o jeito ai foi pra valer, como é bom surfar
com o vento, cada vez com mais velocidade.

No finalzinho da tarde cansei e resolvi sair, o tarado do Lucas ficou, até quase escurecer.
Aqui começa a parte chata do dia: o Kadinho já tinha alertado que na beira da lagoa havia
umas pedras chatas, fui até a beira para alertar o Lucas e como a vela é muito difícil de
tirar sozinho, entrei para ajudar. Numa rajada de vento, a vela estufou e, para segurá-la,
dei um passo firme para trás... pronto, acabou o dia.

Finquei o pé numa pedra pontuda, que cortou feio, fundo. Putz, com a dor, na hora soube que
era grave. O Kadinho mais uma vez se mostrou gente boa, fez um curativo para estancar a
hemorragia e Pronto-Socorro. Saldo: 5 pontos e a possibilidade de não poder seguir viagem.

O médico me alertou que eu ia me sentir bem agora pois estava com anestesia mas no dia
seguinte o bicho ia pegar.

Vamos ver o que dá amanhã. Como não estou sentindo muita coisa agora, preparei a moto e
marcamos de arrancar amanhã as 06h da manhã, tomara que consigamos.

Chalés


Saldo do dia

Dia 27: Rio Grande - São Lourenço do Sul (130km) 19h30 as 21h30


Como combinado com o pessoal da Honda, as 08h da manhã já estávamos de plantão na porta da
concessionária para passar os problemas da moto. Isso mesmo, problemas, pois além do pneu,
aproveitaria para fazer a super revisão que faria em São Paulo, visto que aqui a mão-de-
obra é beemmm mais barata.

O Fábio, mecânico da Honda, nos recepcionou muito bem, fez nossa OS e saímos zanzar pelo
centro de Rio Grande a procura de pneu, visto que a Honda só tinha o Metzeler, além de ter conseguido um
Rinaldi com um fornecedor. O Met eu não gosto e o Rinaldi é extremamente duro.

Algumas voltas e pedidos de informações depois, graças ao Iphone do Lucas, encontramos uma
loja que tinha Pirelli. Duas considerações: hoje é muito mais fácil com Smartphone né?
Abrimos o sistema de navegação da Google e saímos na porta da loja. Ahh, outra, Pirelli?? Não
falou que não ia mais comprar Pirelli??? Entre Metzeler e Rinaldi, Pirelli na cabeça né?

Mas a loja não tinha o mesmo modelo, o MT90, só o Duratraction, pneu com desenho bonito,
ficaria legal na mosquita. 275 dinheiros mais pobre :( O Lu aproveitou para comprar um
também, vai que...

O serviço de motoboy aqui custa R$3,50, acreditam? Ele ia cobrar isso para levar os dois
pneus até a Honda, quando demos R$7,00 pra ele o cara abriu um sorriso do tipo: Sério, tudo
isso?? AHHHH, quero morar no Sul. Meu salário aqui renderia.

Perdemos meio dia resolvendo isso mas, assim que terminamos nossas obrigações, praiaaaa!!
Voltamos ao Cassino, dessa vez para curtir o sol e o mar. Nada como a água salgada para
relaxar, tirar todo o cansaço da viagem. Ficamos por lá até as 16h, hora de retornar para a
Honda. Lição aprendida do dia anterior, fomos e voltamos de ônibus, rápido e econômico.

De volta a cidade, os dois estavam moles de sono, graças a Deus as motos ainda não estavam
prontas, corremos para um cochilo da tarde :). Acordamos com o pessoal da Honda ligando,
perguntando se havíamos desistidos das motos.

Tempo para pegar as motos, pagar o serviço, recolocar as malas e estrada, queríamos dormir
em São Lourenço do Sul, cidade do Émerson, ou XIXO, que me rebocou no dia anterior. Pelos
comentários dele, a cidade era show de bola.

Na estrada, o prazer de pilotar voltou. Acabaram-se os barulhos, a força da moto voltou e,
com "tênis"novo, ficou show de bola. Ainda bem que paramos numa honda pois os TUQS TUQS que eu ouvia era porque as válvulas estavam totalmente fora do ponto, eles nem sabiam explicar como é que eu havia conseguido chegar.

Já na entrada da cidade de São Lourenço agradeço o encontro com o XIXO, a cidade é realmente muito bonita, aconchegante. No primeiro hotel que paramos (um conjunto de cabanas) já encontramos a primeira boa surpresa: Chalé com dois quartos, sala, cozinha, churrasqueira, todo equipado.
Preço: R$120,00, para duas pessoas, com café da manhã. Putz, porque não ficamos só no sul
heim? O terrinha boa.

Como aqui é a terra (ou água *rs) do Kitesurf e Windsurf, já tinhamos a intenção de passar
mais um dia, então tiramos todas as malas da moto e saímos para jantar. Para quem tem a
intenção, tomem nota: restaurante Tropicális. Excelente comida, atendimento e preço. Eu e o
Lucas rimos na hora de pagar: duas cervejas, salada mista, um suco, uma água com gás e
camarão no requeijão para dois = R$67,00. Em Sampa, só a salada custaria quase a metade
disso. Para ficar ainda melhor, o dono do restaurante veio conversar com a gente pois, como
estávamos a caráter, era difícil não dizer que estávamos de moto.

O Osman era motociclista também, queria saber tudo sobre a viagem, contou as dele, muito
gente boa mesmo. Mais um amigo motociclista pelo caminho. É realmente uma fraternidade.

O papo estava bom mas a gente queria acordar cedo no dia seguinte, para aproveitar bem o
dia. Banho e cama.

Mosquita na super revisão. Desmontagem total.
Chegamos.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dia 26: Maldonado - Rio Grande ( 460 Km ) 7h30 às 19h00

Como nesse hotel não tinha café da manhã, paramos pra comer algo no posto em que abastecemos. Novamente o povo Uruguaio deu um show de gentileza. Na conveniência do posto não tinha pão, lanche ou algo parecido pra comermos e quando perguntamos se tinha algo assim, a dona do lugar se prontificou e foi até uma padaria próxima pra buscar pra gente um lanche. Onde e quando no Brasil alguém faria algo parecido ??!

Na saída do posto um semáforo que estava vermelho pra gente. Uma senhorinha que ia atravessar, com medo que não desse tempo de passar antes de ficar verde, nos pergunta se pode atravessar. Que mundo é esse? Em São Paulo a senhora teria atravessado sem falar nada e ainda faria questão de demorar.

Quando entramos no Brasil pelo Chuí, paramos no primeiro posto e como é bom ouvir o português de novo. Logo, o cheiro de comida e não resistimos. Almoçamos ali no posto mesmo, que tinha um restaurante bem fuleirinho. Mas como a comida era boooooa. Arroz, feijão, batata frita, bife e salada de tomate e alface. Detalhe: 10 reais por pessoa. Enchemos a pança, mesmo sabendo que poderia dar um sono daqueles.

Em seguida, lá estávamos nós rodando tranquilamente quando a moto de quem dá problema de novo? Se você pensou "moto do Leandro": bingoooo. O pneu murchou totalmente e de repente. Eu que estava atrás só vi a motoca dançar pra lá e pra cá e em seguida o Leandro reduzindo e tentando controlar a danada.
Paramos no acostamento e fomos tentar encher o pneu de novo com o compressor, mas o danado não queria mais saber de inflar. Agora sim, tínhamos um problema: No meio do nada, há 140km de Rio Grande, a próxima cidade.
Vimos uma placa indicando que tinha um posto há 3 km. Fui pro posto pra deixar minhas malas e depois buscar as do Leandro, pra aliviar o peso e tentarmos chegar com a moto dele no posto também.

Bagagem liberada da moto do Leandro, enquanto ele ia empurrando a moto até o posto eu voltei pra lá pra tentar conseguir um socorro até Rio Grande.
Expliquei a situação pro cara responsável pelo posto e o cara (tinha que ser brasileiro) ficou me enrolando pra tentar ajudar, na tentativa de conseguir uma boa grana. Não queríamos que ninguém levasse a moto até Rio Grande de graça, mas o cara estava fazendo de tudo pra não ajudar. Que saudade do povo argentino e uruguaio. Mas, esse infeliz foi exceção. Um tiozinho passou num Corolla pelo Leandro empurrando a moto e depois voltou, perguntando se o problema era falta de gasolina e se fosse, ele ia buscar porque tinha visto que o posto era um pouco longe.
Além dele, estávamos nós dois levando a moto pro posto e parou uma caminhonete do lado, oferecendo ajuda e dizendo que tinha um reboque parado no posto. Aceitamos a ajuda do Emerson (Xixo) que levou a motoca do Leandro dentro de uma carretinha para transportar cavalo até Rio Grande. Preço? de graça.
O cara, gente boníssima também, foi trocando a maior ideia com o Leandro na caminhonete enquanto eu ia atrás pilotando.
Ele deixou a motoca em frente a uma concessionária Honda, que aliás estava fechada já mas o pessoal estava dentro e abriu pra gente. Foram gente fina também e coloram a motoca do Leandro pra dentro da oficina.

Bora procurar um hotelzinho perto da concessionária, mas estava tudo lotado e o que conseguimos foram dois quartos num motel.
Banho tomado, bora jantar. E como é bom estar no Brasil quando se trata de comida. Ótima pedida num quiosque em Cassino, maior praia do mundo em extensão.
Na ida fomos de táxi, mas pelos 50 reais que custaram a corrida, decidimos voltar de busão: R$ 2,35 por pessoa.
Barriga cheia e dia cansativo, bora dormir que nem pedra.

Observação do Leandro: Imagine você, rodando a 100km/h e de repente a traseira da moto tenta te ultrapassar!! Foi essa a sensação que eu tive quando a pneu murchou em segundos. Eu puxava a moto para o acostamento e a dita cuja insistia em querer fugir pra via contrária. Mais uma vez a Mãozinha lá de cima salvou-me a pele. Minha dívida tá alta.

Voltinha num parque na saída do Uruguai 

Fortaleza dentro do parque 


Dessa vez, ficamos na estrada mesmo 

Comer bem no Brasil é muito fácil

Dia 25: Colônia del Sacramento - Montevideo - Punta del Este - Maldonado (346 Km) 12h30 às 21h00

Pulamos da cama umas 10h, tomamos um cafezinho na varanda da pousada e saímos pra dar um mergulho no rio. Da chuva da noite anterior restou um tempo nublado, mas estava bastante calor.
Só de shorts, não demorou muito pra arranjarmos uma fã na cidade, uma tiazinha feeeeeia pra caramba que estava recolhendo lixo na orla passou pela gente e ficou falado alguma coisa que eu não entendi nada... hahahaha
Na beira da água, conferimos a temperatura e estava gelaaaaada. Mas minha hesitação não durou nem um minuto, sai correndo e mergulhei de uma vez. O Leandro parece que prefere sofrer mais e foi entrando devagar na água. Voltamos logo pra pousada pois precisávamos sair ao meio-dia.
Ainda demos uma volta pela cidade pra dar uma olhada no que tinha por lá e zarpamos em direção a Montevideo.

Tudo tranquilo até estar faltando uns 20 Km pra chegarmos em Montevideo quando, pra variar, a motoca do Leandro nos deu trabalho de novo. De repente o pneu traseiro dele esvaziou totalmente. Encostamos no acostamento e sorte a nossa que estamos carregando um compressor portátil. Demos uma olhada no pneu e não identificamos nenhum furo. Enchemos o pneu novamente pra ver se chegava pelo menos a Montevideo.

Conseguimos chegar na boa e paramos no primeiro borracheiro que achamos mas o cara não mexia com moto. Nos indicou uma outra loja, mas que também não resolveu nada. Numa terceira parada, pra pedir informação, nos indicaram uma loja de manutenção em moto. Fomos pra lá e encontramos um pessoal que está nos top 3 de mais hospitaleiros, simpáticos e amigáveis.

Fomos recepcionados pelo Maxi, dono da oficina Miguel Olmos e pelos seus amigos motociclistas, Marcelo, Sebastian, Leonel e El Brujo. De imediato nos entrosamos numa conversa animada. Quando o Leandro perguntou onde podia encontrar pilha pra comprar, um deles saiu, foi lá e comprou a pilha pra ele e não cobrou nada por isso; disse que era uma "regalo" pra gente.
Lá trocamos a válvula do pneu traseiro do Leandro (o Maxi disse que era esse o problema), ajustamos e lubrificamos as correntes das duas máquinas e na hora de pagar, quanto cobraram: NADA. Os caras não queriam cobrar, meu. Coisa de louco. E olha que o cara comprou o lubrificante só pra usar nas nossas motos. No final das contas compramos o lubrificante dele e pagamos uma grana lá pelo serviço.
Pessoal extraordinariamente gente boa. Nessas horas a gente vê que nem tudo nesse mundo gira em torno de dinheiro, ainda.

Com esse imprevisto do pneu, perdemos umas 3 horas em Montevideo, sendo que deveríamos ter parado lá só pra comer algo. Partimos de lá sem comer nada e com o cronograma atrasado, mas o fato de ter conhecido esse pessoal, valeu a pena.

Saímos em direção a Punta del Este com algumas dicas de onde dormir na redondeza, visto que em Punta já sabíamos que era tudo muito caro.
Antes de Punta, já começamos a rodar em pistas que acompanham a costa e realmente a região é linda e com praias que convidam a ficar vários dias.
Quando chegamos em Punta del Este então, parecia que estávamos em algum país de primeiro mundo. Rodamos pra achar a famosa mão na praia e tirar fotos e depois paramos pra comer e realmente é tudo muuuuuuito caro, mas eu já estava verde de fome, só com o café da manhã no estômago, que diga-se de passagem, não era nada reforçado.
Depois da janta já estava escuro mas precisávamos rodar mais um pouco pra achar algum lugar acessível pra dormir e encontramos um hotelzinho em Maldonado, uma cidadezinha colada em Punta. Só precisamos rodar uns 5 Km.

Como já estávamos praticamente na base do cartão de crédito só e o hotel não aceitava cartão, tivemos que chorar pro cara do hotel dar um desconto. Explicada a situação, que estávamos voltando de um longa viagem de moto, que a moto deu problema e por isso não tínhamos mais dinheiro vivo, o cara resolveu nos ajudar já que o irmão dele também era motociclista e tal.

Mortos de canseira, bora pra cama.

Frases do dia:

Um motociclista prevenido vale por dois! (Graças ao compressor, não ficamos na rua)

Há males que vem para o bem! (Se não tivéssemos problemas com o pneu, não teríamos encontrado os caras fantásticos da oficina em Montevideo).

Colônia del Sacramento 


Colônia del Sacramento


Enchendo o pneu do Leandro com nosso super compressor

 Pessoal mais gente boa de Montevideo


Chegando em Punta del Este 


 Três dedos da famosa mão em Punta del Este

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dia 24: Rufino - Buenos Aires - Colônia del Sacramento, Uruguai (450 Km) 8h00 às 18h00

Saimos de Rufino com a pouca grana que nos restava escondida na virilha, deixando apenas uns 10 pesos na carteira, pois a polícia nessa parte da Argentina é muito corrupta e não queríamos dar dinheiro a eles no caso de sermos parados.

Antes o Leandro reclamava do frio pra pilotar, mas o calor é muito pior, pelo menos pra mim. Cansa muito mais, parece que o dia não rende, você quer parar a todo momento... eu estava literalmente derretendo dentro do capacete e da roupa...

Até Buenos Aires, muito pouco pra se ver na estrada, o que aumenta a vontade de chegar logo e entrar em qualquer lugar com ar condicionado, ou pelo menos uma sombra, tirar o capacete e a jaqueta.

Nessa parte da viagem, minha alegria se resumia aos momentos em que uma nuvem entrava na frente do sol pois, além de refrescar um pouco, eu conseguia enxergar, pois como perdi a lente de contato, estou tendo que usar óculos, sem poder usar os óculos de sol. E de manhã o sol estava bem na nossa cara.

Já em Buenos Aires, vimos muito pouco da cidade, mas por onde passamos, é uma cidade bonita e limpa. Deve ter o lado feio, como toda cidade grande, mas não vimos.
Motoca piscando a luz da reserva de gasolina, a primeira parada foi um posto, onde aproveitamos pra perguntar onde ficava o barco pra fazer a travessia pro Uruguai. Quando chegamos no porto, quase caímos  de costas com o preço da travessia, um pouco mais de 300 reais por moto/pessoa. Com esse preço, fomos em busca de outra empresa que fizesse a travessia.

Se às vezes pedir informação em português de onde ficam os lugares já é complicado, imagine em outra língua (espanhol). Então foi um pouco chato de achar a outra empresa; pedimos informação pra umas 4 pessoas e mesmo assim erramos o caminho várias vezes. E quando achamos a empresa, surpresa: ela só faz travessia de gente, e não de veículos / motos.
Nesse momento as opções eram duas: rodar de moto 400 Km ou pagar o preço da primeira empresa. Eu que já não aguentava mais pilotar naquele calor, preferi pagar os 300 e tantos reais. E volta o cão arrependido pra primeira empresa... rs
A opção que eu preferia, Montevideo, já não tinha mais como pegar. Sobrou irmos pra Colônia del Sacramento.
Antes de embarcar encontramos o Igor novamente, o cara da 4x4 que conhecemos em Azul e depois nos encontramos várias vezes durante a viagem.

Embarcamos e o melhor de tudo foi o ar condicionado dentro do barco, que é bem bacana, com cafeteria, free shop, umas mesinhas... enquanto o Leandro escrevia o blog dos dias anteriores eu cai na soneca, só pra variar... uma horinha de travessia e eu dormi uns 40 deles, acordando quando estava chegando no Uruguai.

Como fazia tempo já que não acontecia, o Leandro derrubou a motoca dele de novo. Na saída do barco, ele parou pra ver alguma coisa no GPS. Ele nem desceu da moto e do nada, ela foi pro chão. Ficamos sem entender o que aconteceu... rsrs

Sorte que viemos pra Colônia, pois a cidade é muito bonita, toda arborizada, super aconchegante e com praias formadas pelo Rio de La Plata. Com o calorzão que estava, tudo o que precisávamos era um mergulho.
Tratamos de achar uma pousada pra ficar. Como o quarto só estaria liberado depois de uma hora que chegamos, fomos com tudo pra praia e nos trocamos lá mesmo pra cair naquela água deliciosa.
AAHHHHHHHH era disso que eu precisava viu...
Mergulho dado, corpos refrescados, bora molhar a garganta que ninguém é de ferro... ali mesmo devoramos duas porções de pizza acompanhadas de 2 Heineken litrão... aôô delícia !!!

De volta pra pousada, o esquema era tomar banho e sair conhecer um pouco da cidade, que tem uma parte antiga que dá um ar bem bacana pro lugar. Pena que vários edifícios antigos estão mal conservados.
Ainda paramos pra tomar uma Coca gelada e já emendamos outra cervejinha com amendoin (Rí, do jeito que cê gosta.. hahaha).

Como a gente nunca tá 100% feliz com as coisas, a gente queria uma chuvinha pra refrescar a noite e a gente dormir gostoso (nosso quarto na pousada só tinha ventilador e não ar condicionado). Papai do céu foi super legal com a gente e mandou uma chuvona que refrescou legal o clima e dormimos que nem pedra...

Mosquitas amarradas pra travessia no Buquebus (o barco)

Colônia vista do Buquebus 

Fim de tarde em Colônia 

Heineken de dia....


...Patricia (cerveja uruguaiana muito boa) de noite


 Noite em Colônia

domingo, 29 de janeiro de 2012

Dia 23 - Rio Blanco a Rufino (850km) 07:00 as 21:30


Renovados, saímos cedo, na esperança de encontrar a Aduana vazia. Descobrímos na hora que a decisão de parar para dormir tinha sido acertada. A estrada Chile-Argentina nesse ponto é um espetáculo a parte. As montanhas são rochosas, com cores e desenhos variados, além de seguir o curso de um rio, que causa uma erosão bonita, parece arquitetada.

Outro ponto que merece destaque são os Caracoles, sequência de curvas que sobem a cordilheira. Se você virar bem rápido, consegue enxergar a placa traseira, de tão fechadas que são as curvas.

Chegamos na Aduana e Tcharãnnn, fila. Para ser mais exato, 2 horas pra passar por ela. Enquanto esperava na fila, lembrei do comentário de um frentista, ainda em Santiago: -Cara, quase congelei uma vez nessa fila. E eu pensei, o cara tá maluco né? Com esse calor que está aqui em Santiago, como vou passar frio? Ele deve ter ido no inverno...

Só que o espertinho aqui se esqueceu que a Aduana é na cordilheira, a mais de 3.000 metros de altitude. Não deu outra, friaca total, a sorte é que tinha um solzinho bem camarada para esquentar. Fico imaginando isso aqui no inverno, congela mesmo, literalmente. Tem um montão de placas informando que os carros somente são permitidos a subir com correntes nos pneus pois a pista fica com gelo.

Burocracia realizada, bora descer tudo o que subimos. Show de bola de novo, o caminho todo é fantástico. Passamos por vários precipícios, túneis de pedra, pontes, etc. Valeu mesmo a pena ter feito esse caminho de dia.

Passando Uspalatta, a estrada volta a chatice costumeira. Campos e mais campos, de ambos os lados, um marasmo total. Pelo menos de manhã valeu o dia. Combinamos de rodar o máximo que conseguíssimos, pois deu os 5 minutos no Lucas e ele não vê a hora de chegar em casa.

No finalzinho da tarde quem deu as caras de novo??? Vento maldito. Putz, a motos não passavam de 100km/h nem a pau, empurrão, oração, xingamento, qualquer coisa. Tivemos que apelar para o jeitinho argentino, isso mesmo, argentino: Chupão hehehe. Colamos atrás de um caminhão e fomos embora, protegidinhos do vento. Sabemos que não é o mais recomendável em termos de segurança, mas ninguém mais merece vento nessa viagem né?? Chega. Seguimos atrás de um dos pneus, o cara não ia passar em cima de cacareco, certo? Pelo menos é mais seguro que ficar no meio...

Paramos somente um pouco depois de escurecer. O dia rendeu hoje, recorde de quilometragem. O que matou hoje, com certeza, foi o calor excessivo. A 110km/h o vento parece um bafo quente, sufocante, não tem refresco. A toda parada era no mínimo meio litro de líquido e, mesmo assim, minha boca rachou com o vento quente e seco.

Sobre a cidade que paramos, Rufino, parece ser legalzinha, típica cidade do interior. No primeiro hotel que passamos já ficamos. O dono não tinha estacionamento para as motos mas não se fez de rogado, puxou logo uma rampa e entramos com a moto dentro do saguão do Hotel, isso mesmo, dentro do Saguão.

Depois que as motos já estava lá dentro vi que o quarto era bem fuleirinho mas, depois da hospitalidade do dono e do trampo de colocar as motos no saguão, ficamos por lá mesmo.

Corremos jantar e, Parenteses geral: ô paisinho atrasado esse heim??? Quase nenhum lugar que fomos aceitava cartão. No Brasil, até o bar do Zé vende paçoquinha no crédito. Fecha parenteses :)

Voltando, rodamos a cidade inteira em busca de algum restaurante que aceitasse cartão, visto que nosso dinheiro já era (também, duas manutenções de moto, zerou a reserva) e nada. No último lugar que fomos, apelei e comecei a chorar as pitangas hehe, deu certo, o dono do lugar perguntou se eu tinha "Reales". Opa, a coisa começou a melhorar. Sorte que eu tinha e que ele vai para o Rio daqui 10 dias, fome com a vontade de comer. Acertamos o cambio em 2,30 e comemos felizes da vida.

Dicas do Brasil dadas, refeição realizada, bora dormir na espelunca. Amanhão temos 430km até Buenos Aires.

Los Caracoles

Ponte Inca

Motocando sobre as cordilheiras

Lucas sofrendo sem os óculos escuros

Visual irado





Dia 22 - Santiago - Rio Blanco (137km) 19:00 as 21:40


Ahhh, como é bom dormir sabendo que não existe nenhum compromisso no dia seguinte. Como as motos estavam na oficina, dormimos sem preocupação. O Lucas acordou umas 09h45 e, com o barulho, acordei também.

Enquanto ele tomava banho, lembrei que o café da manhã no Hostel que estávamos era somente até as 10h00, vrixe, tome-lhe correria. Eu só lavei o rosto e desci, o Lucas ainda tinha que sair do banho, imagine o desespero. Cheguei no restaurante as 09h59, ninguém pode falar nada, horário é horário :)

Café da manhã tomado, voltamos pra arrumar as coisas, pois o checkout era as 12h. Tudo arrumado, deixamos as coisas guardadas e ruaaaa, bora andar por Santiago novamente. Voltamos ao bairro Bela Vista, onde tem um Funicular, tipo de bondinho que corre sobre os trilhos e que leva ao topo de uma montanha. Bem legal, tem um mirante com uma vista show de bola de Santiago.

Na volta, almoço no Pátio Bela Vista (recomendadíssimo) e, por incrível que pareça, fizemos um programa típico dos moradores de Santiago. Procuramos uma praça bem legal, uma grama bem confortável sob a sombra de uma árvore e puxamos uma siesta, ehhh coisa boa. Aqui todo mundo se reúne nas praças, formam rodas de conversa, fazem piquinique, dormem, muito legal. Em São Paulo seríamos chamados de mendigos.

Como alegria de pobre dura pouco, bem embaixo da nossa árvore chegou um casalsinho e a matraca da garota não calava a boca, que coisa. O cara só abanando a cabeça e a metralhadora cuspindo palavras. Fazer o que, siesta interrompida, bora pro Albergue pegar nossas coisas e ir pra Honda, ver como estavam as motos.

Chegamos na Honda as 17h30 e estavam na fase final de montagem. Na minha, substituiram a válvula adaptada, fizeram uma revisão geral, trocaram o óleo e o filtro, lavaram a danada, ou seja, ficou nova de novo :). Preço: $87.000, ou R$348,00, mais barato que o Argentino que me salvou em El Bolson. A do Lucas ficou $45.000 (R$180,00) pela revisão, troca de óleo e filtro.

Até arrumar tudo, colocar as malas de volta na moto, conversar com o mecânico, etc, etc, saímos de lá somente as 19h, quando me lembrei que tinha esquecido minha calça jeans no Albergue. Como na noite anterior tinha tomado um banho de vinho (literalmente), precisei lavar minha calça e deixar secando. Até pensei em deixar pra trás mas o Lucas foi companheiro e insistiu que devíamos buscar. Até que foi rápido e ainda era caminho pra saída.

Já na rodovia, combinamos de rodar até a Aduana, mesmo que escurescesse. Vamos lá então né, e tome-lhe teste na motoca. A lenta ficou ótima, a única coisa que ainda me deixou com a pulga atrás da orelha é que, quando forço um pouquinho mais, sinto uns TUQS TUQS, parece umas batidinhas no motor. Sei lá, se aguentar, vou tocar até o final, não aguento mais mecânico.

Falando em não aguentar mais, o Lucas me deu um susto hoje no café da manhã. Me disse que não estava mais curtindo a viagem e que, por ele, embarcava num avião pra casa. Xiii, pensei, fiquei sem companheiro. Mas é compreensível, a volta não tem sido muito legal: estradas repetitivas, calor, problema nas motos, ele perdeu a lente de contato e tá usando o óculos normal e não consegue enxergar um palmo com o sol no rosto, sem falar que estamos rodando muito por dia.

Bom, bola pra frente. Seguimos viagem e pegamos uma serra muito bacana, já escuro, e ví que estávamos perdendo um monte de coisas legais, aquelas que não víamos há um tempo. Putz, só falta essa, a parte bonita a gente fazer de noite.

Aproveitei uma ultrapassagem onde o Lucas ficou pra trás e parei para esperá-lo num lugar todo iluminado, no meio da montanha. Adivinha o que era??? Restaurante-Hotel. Não tive dúvida, é aqui que a gente fica. O Lucas topou na hora.

Melhor coisa que fizemos. A comida era excelente, o preço melhor ainda, sem falar na camaradagem do garçom. Pegamos uma cabana e fomos dormir. Amanhã temos que acordar bem cedo, pois temos a Aduana pela frente. Tomara que o dia renda amanhã...

Funicular


Almoço no Pátio Bela Vista

Hora da Siesta

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dia 21: Rancagua - Santiago (110 Km) 8h00 às 11h00

Bom humor restabelecido, vou até redigir o blog de hoje... rs

Tenho que comentar que desde ontem estamos estranhando o fato do pessoal aqui usar bastante abacate nas comidas. Lanche com abacate, salada com abacate, café da manhã com abacate... pior que não sei de onde vêm tanto abacate, porque não lembro de ter visto abacateiros por ai... vai entender, cultura é cultura né...

Tivemos pouco tempo de estrada hoje, já que Rancagua fica há pouco mais de 60 Km de Santiago. O resto, foi rodando em Santiago, em busca de onde fazer a manutenção / revisão das motocas.

Demoramos pra achar a primeira concessionária, uma tal de Pro Circuit. Meu, não tem como não falar mal dessa loja. Pra começar, o horário de funcionamento é a partir das 10 horas e só foram abrir às 10h15. Todos os funcionários lá dentro da loja, a gente esperando do lado de fora e eles olhando e fazendo pouco caso. Depois que abriram a loja e entramos, fomos muito mal atendidos, um pouco caso total. Se dependesse dessa loja, eu jamais teria uma moto Honda. Vou até verificar se existe um espaço pra reclamação de concessionárias no site da Honda.

Bom, nessa loja não tinham válvula e nem mecânico disponível pra nos atender no prazo que precisávamos. Partimos em busca de outra loja. Na segunda loja que encontramos (perto da primeira) fomos bem atendidos, porém estavam com a oficina lotada e não poderiam nos atender no prazo que queríamos.
Nesse momento, o João decidiu continuar sua viagem (ele está indo para a Bolívia, Peru, Venezuela...). Nos despedimos e a partir de agora estamos só eu e o Leandro.
Boa viagem João, (não) vamos sentir falta do ronco.. hahaha

Partimos então para a terceira loja, que não era uma concessionária Honda, mas foi indicada pelo pessoal da segunda loja. Nessa loja também não tinham mecânico disponível. Mas o cara de lá foi bem prestativo e fez alguns contatos por telefone e achou uma outra concessionária Honda que poderia fazer o serviço pra gente.

Bora lá pra quarta loja então. Lá fomos super bem recebidos e conseguímos deixar as mosquitonas pra reforma. Espero que não fique muito caro.

De maletas em mãos, partimos em busca de um hotel pra ficar. Logo um táxi se ofereceu pra nos levar e nos indicou um hostel, muito bom por sinal e ficamos nele.

Só trocamos as roupas de motociclista por uma bermuda, visto que ainda não tinha dado o horário de check in, e partimos pra almoçar e depois dar uma volta pela cidade.

Andando pra lá e pra cá, avistamos um ônibus que faz um tour turístico pela cidade. Corremos atrás dele e embarcamos. Depois ficamos sabendo o preço: absurdos 19 mil pesos ou, aproximadamente 75 reais!!
No meu caso, muito mal gastos, porque, com a barriga cheia, calor e uma brisa gostosa no ônibus (tipo aqueles de Londres, abertos na parte de cima) eu acabei dormindo e não vi muita coisa...

Decidimos descer do ônibus num lugar que avistamos uma placa de zoológico, teleférico e tals. Devo dizer que não fomos a nenhum desses lugares.. hahaha. Paramos numa sorveteria e depois voltamos pro hostel, tomar um banho e tirar uma soneca.

Já de noite, saímos pra jantar num bairro bem bacana, chamado Bela Vista, point de Santiago e que é do lado do nosso hostel. É tipo um Campolim em Sorocaba, ou Vila Madalena em São Paulo.

Comida muito boa, acompanhada de vinho e depois caipirosca foi a pedida pra encerrar o dia e nos deixar pronto pra ir pra cama. Quer dizer, o Leandro ficou pronto pra ir pro banho depois de derrubar uma taça cheia de vinho em cima dele... haha

Onde você não deve ir em Santiago 

Almoço 


 Tour de busão

Jantar

Dia 20 - Osorno - Temuco - Rancagua. (840km) - 08h40 até 21h50


Hoje o dia já começou bem. Acordamos e o Lucas acordou com um humor do cão, ainda tentei peruntar o que tinha acontecido mas recebi um rosnado de volta como resposta, fazer o quê né, todo mundo tem um dia ruim na vida, espero que passe logo.

Como combinado, tocamos em direção a Temuco, em busca da Honda, para solucionar os problemas das motos, isso mesmo, das motos. Hoje de manhã, ao dar a partida, a moto do Lucas também teve um pouco de dificuldade para ligar e, quando ligou, bateu pra caramba. Vamos revisar as duas, por via das dúvidas.

Ao chegar em Temuco, 260km de Osorno, encontramos facilmente a Honda mas, como a cidade é do interior, eles não tinham a válvula, teríamos que esperar um dia só para a danada chegar de Santiago. Olhei pro povo e perguntei: -Bora pra Santiago??

Todo mundo concordou, combinamos então fazer uma tocada tranquila, abaixo das 6.000RPM e dormir o mais próximo possível de Santiago. Antes de sairmos da Honda, aproveitamos a viagem para lavar, esticar e lubrificar as correntes ($10.000, ou R$40,00).

A viagem: pista dupla o tempo todo, sem vento e com tempo bom, fluiu que foi uma beleza. Somente o cenário, comum, sem muito o que comentar.

Passamos por umas duas ou três pontes belas e nada mais. Como na Argentina, muita gente passa e cumprimenta, nos incentivando. Nos postos de gasolina, a mesma coisa. Falando em gasolina, aqui está na faixa dos R$3,20 o litro. Em uma das paradas, aproveitamos para abastecer o estômago também. Na hora de retirar os pratos, um mix de confusão, o João acabou
ficando com o prato do Lucas e não percebeu. Quando o prato do Lucas chegou, ele percebeu que estava trocado, mas ai era tarde, o João já tinha devorado quase que completamente a comida. O Lucas, que já não estava com aquele humor, faltou explodir de raiva. Engoliu a comida. Eu nem arrisquei tirar sarro porque o negócio tava feio hoje :)

Quando faltavam 300km para chegar em Santiago o João começou a apitar na curva, ou seja, já começou a dar sinal de cansaço.

Ele mesmo pediu para parar no próximo posto, coisa rara vinda do João. Como ainda faltava muito, acertamos que pararíamos no próximo abastecimento, a uns 180kms pra frente.

Dito e feito, 180km depois abastecemos e, como a próxima cidade grande era a somente 50km, tocamos pra lá. As 21:15 escureceu e tive que tirar o óculos de sol já pensando: Putz, havia prometido que não rodaria a noite...

Mas 25kms adiante achamos a cidade, procuramos um hotel (achamos um Hostel de uma senhora muito simpática), janta e dormir.

Amanhã temos que chegar cedo a Santiago para sermos os primeiros na Honda.

Honda de Temuco

Como ninguém é de ferro, bora abastecer também. Saca a cara de cansado, depois de 840km