quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dia 10: Rio Gallegos - Ushuaia (590 Km) 6h45 às 22h00

Para esse dia planejamos nos encontrar todos (eu, o Leandro, o João, o Jaques e o Lúcio) para o café da manhã no restaurante do hotel às 7h01. Lá pelas 5h30 eu, o Leandro e o João acordamos com alguém batendo na porta. Era o Lúcio nos chamando para o café. Ele estava com o horário do Brasil no relógio e acabou confundindo os horários (aqui é 1 hora a menos quando o Brasil está no horário de verão). Voltamos a dormir por mais uma hora.
Mesmo assim, conseguimos agilizar um pouco as coisas e às 7 horas já estávamos na estrada, fora de Rio Gallegos.

Depois de poucos Km percorridos, tivemos que parar. O frio era tanto e tivemos que nos agasalhar melhor para não congelar. Além do frio, o vento estava furioso já desde cedo, para dificultar um pouco mais.

Como é difícil chegar ao Ushuaia !! Perdemos bastante tempo já na primeira imigração que tivemos que fazer nesse dia, saindo da Argentina e entrando no Chile. Chegamos às 8 horas e só conseguimos seguir viagem às 10.


Logo chegamos na balsa e nem deu para aproveitar muito a vista durante a travessia porque as motos balançavam demais e ficamos com medo de sair de perto e elas caírem. Um parenteses: enquanto esperávamos para embarcar na balsa o Leandro quase vai para o chão de novo, mas dessa vez ele segurou. Acabamos descobrindo o porque da dificuldade de ficar em pé :) . Com a almofada de ar, a XRE fica muito alta. Eu até consigo colocar totalmente os pés no chão, mas ele, mesmo com 1,80m, fica na ponta dos pés, fácil fácil de perder o apoio.

Mais uns 80 km pra frente e estávamos começando o primeiro trajeto de rípio. E pra ferrar nossa vida, o vento não parava. Pense que já é difícil manter a moto em linha reta no asfalto; no rípio, o vento torna sua vida muito mais excitante. Adrenalina a mil, pelo menos pra mim que era a primeira vez que entrava no rípio.
Pra deixar o clima ainda mais tenso, após uns 100 metros de rípio, um brasileiro que vinha na direção contrária a nossa com uma Triumph (parece uma nave espacial essa motoca.... hehe) levou um puta capote. Não sei se o cara quiz mudar de trilha ou se o vento empurrou ele, o fato é que eu e o Leandro vimos o cara voar por cima da moto depois de perder o controle.

Eu e o Leandro paramos para ajudar o cara. Sorte que não aconteceu nada de grave com ele. Ajudamos ele e o amigo dele a levantar a moto e tirar da vala lateral da estrada e seguimos viagem. Ficamos com dó do cara porque faltava muito pouco para acabar o rípio e da moto porque danificou bastante.

Nesse momento tínhamos ainda 130 km de rípio pela frente. Vários quilômetros depois, a pista ficou melhor e a viagem começou a fluir melhor, pois no começo a pista estava terrível e estávamos rodando a 40 km/h.
Muuuitos quilômetros depois, mais uma dificuldade: tanques da minha moto, da moto do Leandro e do Lúcio piscando a reserva já há algum tempo e nada de posto por perto.
Pegamos a gasolina que o Leandro estava carregando no galão reserva e dividimos entre a minha e a dele, 5 litros pra cada. O João também tinha um pouco de gasolina em garrafas pet e abasteceu um pouco a moto dele e a do Lúcio, que não carregava nada de reserva. A moto do Jaques ainda dava pra rodar bastante. Esse é o ponto bom de ter uma moto com tanque grande!!

Finalizado o rípio e todos inteiros, imigração de novo, do Chile para a Argentina. Pelo menos dessa vez foi mais rápido. Coisa de 15 minutos.

Passada a imigração, o posto que seria a nossa salvação não tinha gasolina !!! E tínhamos mais 125 Km pela frente até o próximo posto!!!
Optamos por seguir em frente e contar com o que tínhamos no meu galão reserva: 10 litros. De repente o Lúcio e o João sumiram da vista do retrovisor. Esperamos um tempo no acostamento e como eles não apareciam, resolvemos voltar.  A gasolina do Lúcio tinha acabado e mais uma vez tivemos que salvar o dia com o que eu carregava no meu galão.
Como eu disse para o Leandro, um motociclista previnido vale por dois, 2 motociclistas prevenidos, valem por 5.

Bola pra frente até o próximo posto, onde aproveitamos pra tentar nos agasalhar melhor, pois estávamos congelando. Não víamos a hora de chegar, pois já estávamos na estrada há umas 12 horas. Canseira, frio, fome... tudo junto e misturado...

Desse ponto em diante, a estrada ficou maravilhosa, com montanhas, rios e lagos verdes e azuis. Mas o desespero pra chegar era tanto que passamos batido por tudo isso e deixamos pra desfrutar dessas coisas nos dias seguintes.

Puta alívio quando avistamos o portal da entrada da cidade. Finalmente estávamos no nosso tão almejado destino. Parada rápida para pelo menos uma foto que registrasse o momento e fomos procurar um lugar para nossos companheiros dormirem, e depois o meu albergue e o hotel do Leandro.

Passamos primeiro no meu albergue, onde fomos muito bem recebidos. Depois fomos encontrar a Rívika e a Monica no hotel delas. Nos ajeitamos nos nossos lugares (eu e a Rívika no albergue e o Leandro e a Mônica no hotel) para tomar um banho e recuperar a energia e depois sair jantar e comemorar nossa chegada.

O Gaston (filho da dona do albergue) nos levou de carro procurar um restaurante. Aqui tudo fecha cedo. Às
23h30 não tinha nada aberto para jantarmos e brindarmos. O único lugar que encontramos foi o cassino e por lá ficamos.
Tomamos um bom vinho pra celebrar, jantamos rapidinho e fomos dormir, pois já estávamos parecendo zumbis....



 Quase lá

 Duas horas deeeepois, passamos pela imigração chilena

Na fila da balsa 

Paramos em algum lugar no meio do nada para abastecer as motos com a reserva de gasolina 

Preparação do Leandro para abastecimento 

Leandro abastecendo sua mosquitona 

 Olha a gente aqui !!!

 Eu e Rí no cassino

Leandro e Monica no cassino

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